Contos Com Pontos: julho 2011

Quando tristes versos fazes,
Quem te influi a inspiração?
Quem te ensina os brandos hinos
Que pranteia o coração?
Dize, fada carinhosa,
Dize, luz da minha vida,
Se do céu te inspira um anjo
A canção meiga e sentida!
Eu, por mim, quando desprendo
De minha alma um triste hino
Só me enlevo, e só me inspiro
Desse teu rosto divino.
E, se, mais tarde, na alma
Se apagar tão santa luz,
Hei-de elevar os meus cantos
Só a deus, aos pés da cruz.
E essa cruz, que simboliza
Dor e fé, crença e amargura,
Seja a lenda, a história, a pompa
Duma rasa sepultura.

Camilo Castelo Branco.

Os teus olhos são como o rio que acalma o meu ser
As tuas mãos como carícias de folhas ao vento
Não desvies de mim esse olhar calmo
Que me trouxe a esperança em doces palavras
Senta aqui perto de mim a ver a lua
Deixa-me aninhar no teu colo
Que a noite vai voar
E eu quero sentir-te aqui junto do meu coração
Entrelaça os teus dedos nos meus
Quero sentir a tua pele
E os teus lábios em beijos ardentes
Que a lua já vai alta
Que me importa a dor
Se passou, foi ontem...
E o ontem é uma página sem leitor
Agora quero apenas ter-te
Deixa que a noite morra nos nossos olhares
Que se cruzam nesse querer
Deixa-a renascer nos nossos braços
Pela noite quente, e para sempre assim ficar

sissi