Parte II



Sonhava que estava dentro do mar e que navegava por todos os mares, conheceu gente nova, gente de outras cores era feliz.

Nesse sonho era um salmão e como era feliz. Na vastidão dos mares fez uma grande amizade com outro peixe, uma sardinha, no mar era conhecido como o menino sonhador, e a sua companheira de felicidade, como a realista, faziam tudo para não perder aquela amizade, choravam, riam, ouviam, e aconselhavam, os seus maiores conselhos era para os males que os Homens faziam e que os podia deixar sem vida.

Mas a realista queria que o sonhador lhe desse só atenção a ela, ele na sua humildade natural dizia-lhe sempre, olha que a minha passagem por estes mares é breve, volto sempre para o local onde nasci, mas a realista dizia que com ele podia ir até ao fim do mundo, cruzar todos os oceanos e ajudar todos seus semelhantes, os ensinar a lutar contra o Homem que tanto mal lhe causa. Queria ensinar todos a ler e a escrever, mas o mais importante para a realista era partilhar todo o amor pelo próximo, lhes dizer que tudo podia ser diferente, se tudo fosse uma partilha de sentimentos. Mas o sonhador como humilde e prudente voltava a dizer que a sua estadia seria breve naquele mar embora fosse um salmão dos mares do atlântico, a realista naquela sua força que só ela tinha, dizia que o acompanhava para onde ele fosse, que arranjaria uma maneira de ir com ele ao local do seu nascimento, nem que o mundo tivesse de mudar a lei da natureza. O salmão sempre prudente dizia que nada pode mudar a natureza só Deus.

Continua.








O menino sonhador

Era um menino que vivia como todos os meninos, era feliz brincava como todos os meninos, mas já sonhava, e sonhava acordado. Tinha sonhos muito esquisitos, sonhava comandar o mundo, queria que o mundo fosse o mundo dos meninos. Mas o sonho cada dia crescia mais e o menino que cada dia era menos menino, e cada vez sonhava mais acordado.



Um dia o menino não mais sonhou a dormir, sonhava muito mas era sempre acordado, sonhava ser treinador de andebol, outra hora voltava a querer comandar o mundo, outra hora sonhava escrever, escrever livros, ser um escritor de renome, chegou a sonhar que o livro que o tornou famoso seria um livro de contos, ou poemas, era um livro muito pequenino pelo que viu no sonho, ainda que acordado. Mas o mundo não parava de avançar e cada dia o menino era menos menino, e mais Homem, continuava a sonhar acordado, mas os sonhos eram mais nítidos era como se a luz do sol os ilumina-se, sonhava ser feliz, mas sempre a comandar o mundo, queria um ser exemplo para todos os meninos, sonhava ensinar, partilhar conhecimento, fazer os meninos crescerem com mais sabedoria, os preparar para o seu futuro, um futuro que fosse melhor do que o seu.


O menino que já era Homem e que continuava a sonhar acordado, mas na última noite teve um sonho lindo a dormir, era tudo belo, sonhou que voava, e que podia ver para além dos olhos, tudo era feliz naquele sonho, não entrava a tristeza, todo era branco, tudo era puro.


Continua.

Absurdos da existência.

Como já disse anteriormente, quando fico triste leio a Bíblia, hoje deu-me para partilhar esta pequenina parte do «Livro Eclesiastes ou Qohélet» Que é das passagens que mais gosto…

“Descobri ainda, debaixo do sol,
Que a corrida não é para os ágeis,
Nem a batalha para os bravos,
Nem o pão para os prudentes,
Nem a riqueza para os doutos,
Nem o favor para os sábios:
Todos estão á mercê
Das circunstâncias e da sorte.
O Homem não conhece a sua
Própria hora:
Como os peixes apanhados na rede fatal,
Como os passarinhos que caem no laço,
Assim os Homens são surpreendidos
Na hora da adversidade,
Quando ela cair sobre eles de improviso.
Vi também debaixo do sol este facto,
Que foi para mim uma grande lição:
Havia uma cidade pequena, e pouco
Populosa contra a qual veio um grande Rei,
Que a sitiou e levantou contra ela grandes fortificações.
Ora encontrava-se nela um homem
Pobre e sábio, cuja sabedoria salvou a cidade.
Mas ninguém se lembrou deste homem pobre.
Por isso eu disse:
A sabedoria vale mais que a força,
Mas a sabedoria do pobre é
Desprezada e não são ouvidas as
Suas palavras “
«Livro Eclesiastes ou Qohélet»