Deus e o Demónio



Como se fosses Deus,
nas trevas do tempo.
Como se fosses demónio,
nas trevas do inferno.
Como se pudesse ajudar a morrer,
como se me  matasse e mandasse
para o purgatório.
Como se nada acontecesse,
e nada fizesses.
Como se todo fizesses,

para todo morrer.



seteluas

Sabedoria de Salomão


Então duas prostitutas apresentaram-se diante do rei. Uma delas disse-lhe:« por favor, meu senhor, eu e esta mulher moramos na mesma casa, e eu dei á luz um filho, estando ela em casa. Três dias após o meu parto, ela também deu á luz. Vivíamos juntas, sem que mais ninguém morasse ali; só lá estávamos nós as duas.

 Numa noite o filho desta mulher morreu, abafado por ela, que dormia sobre ele. Em plena noite ela levantou-se, enquanto tua serva dormia, tomou de ao pé de mim o meu filho e deitou-o a seu lado; o seu filho, o morto passou-o para junte de mim. Ao levantar-me de manhã para dar de mamarão meu filho dei com ele morto. Quando se fez dia, examinando bem, vi que aquele não era o meu filho» a outra disse-lhe: «não é assim; o meu filho é o que está vivo; o morto é que é o teu,» aquela por sua vez, dizia: «não! O teu filho é o morto; o vivo é que é o meu,» assim falavam elas diante do rei. O rei disse então: «esta diz: ‘ o meu filho é o vivo; o morto é o teu.’ Aquela por sua vez, diz: ‘ não o teu filho é o morto; o vivo é que é o meu.’ »

 Salomão ordenou: «trazei-me uma espada.» E trouxeram uma espada ao rei. Disse: «cortai o menino em dois dai a cada uma a sua metade.» Então a mãe, a quem pertencia o filho vivo, e cujas entranhas, por causa do filho, estavam comovidas, disse ao rei: «por favor meu senhor, dai-lhe a ela o menino vivo! Não o mateis!» a outra, pelo contrário, dizia: cortai-o em dois! Assim, nem será para mim nem para ti!» foi então que o rei tomou a palavra e disse: «dai o menino vivo á primeira; não o mateis; ela é que é a sua mãe.»

Em todo o Israel se ouviu a sentença proferida pelo rei e todos o temiam, pois viram que havia nele uma sabedoria divina para fazer justiça.

«Primeiro livro dos reis»









Que se faça luz...

Vejo cada gesto

Como se fosse uma luz.

Uma luz que alegra.

Que me leva a um

Destino que nem um

Sonho me levaria

A pensar.

Vivo em cada gesto teu

Que não me deixa morrer,

Sem viver o grande sonho.

De te abraçar o coração.

O mundo está a desaparecer,

Como se não fosses voltar.

Todos te proclamam em vão.

Eu quero, por tudo, sempre,

Te amar.

Saudades de ti.

O tempo não cura nada,

As saudades não passam,

Faz-me falta o teu colo,

O teu carinho, as tuas ordens,

Cada dia é um tormento.

Penso no que podia ser

Aqui contigo.

Contar as minhas

Conquistas,

As minhas fraquezas,

A como a vida foi cruel,

O como ela é cruel,

As minhas paixões

Que não passam de grandes

Desilusões.

As amigas que tenho,

O carinho que sinto por elas,

Só tu para me dizeres

Como lhes posso contar

Tal sentimento.

A falta que me fazes minha

Mãe.

Mãe...amo-te

Queria tanto poder dizer-te em palavras

Todo o amor que trago em mim.

Agora que não estás cá para ouvir...

Queria mais do que nunca poder gritar

Que te amo profundamente,

A ti que tanto me deste...

Deste-me até a vida, bem preciso que nunca

Te poderei pagar, mulher tão bela...

Tão doce, tão pura...Queria expressar

Mas não sei. Não há palavras,

Não há flores... Nem mesmo lágrimas,

Minha mãe, que te digam, que te sussurrem

O quanto te sinto em mim, no meu coração.

Se eu pudesse, se soubesse escrever

Um poema sem falha, nem mácula

que te pudesse cantar em toda a tua grandeza...

Eu faria...esse poema brotar-me dos olhos cansados.

Mas minha mãe... Não há poema mais

Belo que teu regaço que sempre me ofereceste

Nos momentos em que mais precisei...

Não há sorriso neste mundo mais límpido

Que o teu. Não há afago mais preciso

Que o que me deste com tuas mãos...

Queria muito poder beijar a tua face...

E dizer-te simplesmente

Por não ter mais formas de o dizer:

"Mãe...amo-te."


Sílvia

04-05-03

Dedicado a um amigo que muito ama a sua mãe

Memórias Tristes

Para jamais me esquecer dos maus momentos….


A tristeza não me larga

Porque será?

Esta minha mania de querer morrer,

Porque será?

Este medo de falar

Com alguém,

Esta coisa de não ter ninguém,

Porque será?

Que só penso no que não devia,

Porque será?

Que sou tão triste e sem alegria,

Porque será?

Que esta coisa de morte,

Está sempre em mim,

Porque será?

Que tenho medo de tudo

E ando sempre mudo,

Porque será?

Que sou assim tão infeliz

Pois maldade nunca fiz,

Porque será?

Que tudo me corre mal

E não tenho amigos,

Porque será?

Que quando falo com alguém, perco a fala,

Porque será ó tristeza o que vai ser de mim.